quarta-feira, 15 de julho de 2009

O Amor Edifica

Ora, no tocante às coisas sacrificadas aos ídolos, sabemos que todos temos ciência. A ciência incha, mas o amor edifica. (1 Coríntios 8:1 )

Existe um programa exibido na Record chamado “ Troca de Família” assisti alguns episódios mas ultimamente não tenho assistido com freqüência. Aos sábados eles têm reapresentados alguns episódios e num destes sábados assisti a troca do pescador Jeová, com Milton um micro empresário de SP. A família de SP passava por uma profunda crise, havia o risco de separação declarado pela esposa, os filhos irados contra o Pai. Em sua chegada o Pescador Jeová conseguiu contagiar toda a família e amigos próximos, e dar um novo alento aquele lar. O Milton na casa de Jeová também aprendia, e ao final dos sete dias de troca afirmou que precisava mudar algumas coisas em casa e pedir perdão a sua família.
Ao final do programa todos de alguma maneira foram “edificados”.
Qual a diferença entre edificar e construir? Na língua portuguesa existe uma relação entre as duas palavras, no entanto, para se dizer que edificou algo, este edifício ou casa foi feito desde o alicerce. Eu poderia, por exemplo, comprar uma casa e depois adicionar um quarto sobre a construção existente, neste caso eu não edifiquei, mas adicionei um cômodo ao alicerce existente.
Nesse caso a ênfase do texto é que o amor é capaz de edificar.
No entanto, quando falamos do amor, estamos lidando com uma palavra banalizada, que em nossa cultura foi confundida com “romantismo”, paixão desenfreada etc. Nossos irmão que escreveram os textos bíblicos também experimentavam a banalização em muitos aspectos, mas ao invés de usarem outra palavra, usaram justamente as de uso corriqueiro.
A palavra amor não deve ser estudada a partir apenas de sua semântica e correlações, mas a partir de um mistério: “Deus é amor”. Ora, é de se duvidar que o mundo conheça essa dimensão do amor, o mundo conhece a dimensão “ sensorial” (carinho) e “psicossensorial” (sentimentos) do amor, mas não sua dimensão divina, pois essa dimensão é invisível, Deus é invisível, sendo assim a operação do amor é invisível, secreta. Por essa razão gabar-se de que se ama alguém é um sinal que o amor não está presente, ele é secreto, invisível e calmo.
Daí, dizermos que o amor edifica, ele está oculto, assim como o alicerce de um grande prédio não aparece, mas sabemos que está lá sustentando tudo. “Dietrich Bonhoeffer no casamento de sua sobrinha lhe disse: O amor sustentou até o casamento, agora é o casamento que sustenta o amor”, não é que não haveria amor, mas como alicerce o amor ficaria oculto, o casamento é o prédio onde tudo acontece, e quanto maior a construção mais profundo deve ser o alicerce.
Todos ansiamos por saber a “fórmula do amor” o que fazer, para demonstrar amor? Não é possível “ fazer” alguma coisa especifica, tudo pode ser edificante se estiver alicerçado no amor. O amor é uma relação sobre-humana, e nesse sentido somente DEUS pode implantar amor em cada um de nós, e a partir desta constatação só podemos crer que Deus tem colocado seu amor no outro e em mim. Toda ação deve pressupor o amor no e do outro, se não for assim, não há relação humana ou trabalho que perdure caso aja desconfiança. Nenhum de nós entra em um prédio e pergunta: Este prédio tem alicerces? Não! Cremos que os alicerces estão lá. Nossas relações azedam, porque pressupomos que o outro me odeia, não cremos que DEUS esteja edificando aquela vida em amor. Daí porque Paulo em I Coríntios 13 vai dizer: “O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor é paciente porque espera e crê que esteja no fundamento do outro, inveja e rancor negam o amor presente nos fundamentos, o amor suporta a ira, a inveja, o rancor do outro, pois o amor é mártir,tudo sofre,tudo crê, tudo espera.Uma pessoa saudável pode de uma certa forma se alimentar de algo que não seja bom para a saúde, mas a sua saúde perfeita vai metabolizar aquele algo ruim. Mas o doente, até o que é bom lhe faz mal , ele não tolera, rancoriza, nada crê e de certa forma também é um mártir: do diabo!

Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor.

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